Eu
realmente não sou fã de futebol. Acho chato mesmo o sentar e assistir aquele
bando de homens correndo, um narrando e outros criticando. Nada anormal, até
outro dia a maioria das mulheres não gostava desse jogo. Só segui a regra.
Sou
rodeada de corintianos, do meu pai ao meu marido, o jogo quando perdido significa
tensão no ar. O que me fez por muitos anos ser uma torcedora indireta.
Mas
recentemente tenho passado por uma experiência interessante.
Comecei
a me incomodar. E isso se deve ao fato de eu não conseguir entender a liberdade
com que se ofende o ser humano.
Quando se trata de futebol, a histeria parece
ser coletiva e os instintos humanos são expostos sem filtros, entre eles a
necessidade incessante de desqualificar o adversário.
A
pior forma de debate, a mais ralé, diga-se de passagem, é justamente a que
desqualifica o oposto através de xingamentos ao invés de deduzir a opinião
contrária em argumentos.
Como
é fácil dizer que um desafeto é burro, que o texto do qual você não concorda
com o conteúdo é mal escrito, ou que um silogismo seguiu a premissa errada. Aliás,
uma coisa que me intriga é a constante qualificação do ser humano como falso,
mas este é tema de outro texto.
São
táticas fáceis, mas desonestas.
Mostre-me argumentos e eu respeitarei sua opinião, a regra é clara, como
diz Arnaldo Cezar Coelho.
Trazendo
para o mundo futebolístico, a forma como muitas pessoas tentam desesperadamente
desqualificar as conquistas do clube e os seus torcedores traduz o real caráter
dessas pessoas e as táticas que usam no dia-a-dia, no trabalho, nas suas
relações. Medo.
Felizmente,
como comprovou Milton Neves, fatos contrariam os boatos. E por mais que se
tente, como uma criança esperneando, dizer que o céu é verde, ele é e sempre
será, com pequenas variações, azul.
Parabéns
ao Corinthians, Bicampeão Mundial.