segunda-feira, 29 de agosto de 2011

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Médico Homeopata



Por Márcia Calarezi


Outro dia me indicaram um médico homeopata para me ajudar a parar de fumar. Eu nunca tinha tido vontade, de verdade, de parar de fumar. É que eu gosto, simples assim.

Mas a ideia da homeopatia e as coisas que me falaram do médico, um verdadeiro Hitler, me deixaram curiosíssima e não pude deixar de marcar uma consulta.

Liguei para o consultório e para minha surpresa havia um horário disponível no dia seguinte, uma desistência foi o que disse a recepcionista Sandra, uma fofurinha de pessoa que usa o penteado da Madona nos anos 80.

No dia seguinte eu estava lá. Adentrei ao consultório meio constrangida. Após as apresentações de praxe, a fatídica pergunta: o que te traz aqui?

O que me levou lá ? Curiosidade oras bolas!!!! Mas respondi: quero parar de fumar.

E então ele me encheu de perguntas e mais perguntas e mais perguntas, e quando percebi estava aos prantos no consultório. Típico da pessoa com emoções descontroladas, mas eu não sabia que passaria por uma sessão de terapia. Terapia eu já faço com a Dra. Ana, poxa.

Enfim, quando me percebeu descontrolada o Dr. pediu para que eu me deitasse na maca. Eu deitei. Depois para que eu levantasse a mão esquerda, e abrisse a boca. Eu levantei a mão esquerda e abri a boca.

Então ele me deu várias, mas váaaaarias gotinhas de compostos que eu não sei o que eram e, de repente, lá estava eu: nas nuvens, flutuando como uma pluma.

E flutuando nas nuvens escutei meu diagnóstico: Alcoolismo. Tem noção???? Eu tomo algumas cervejas no final de semana, e algumas durante a semana e só. Daí entendi o porque me disseram que ele é o Hitler, para os seus rígidos parâmetros uma cervejinha com os amigos toda terça e outras no final de semana pode ser considerado alcoolismo.

Tudo bem. Passou. Aceitei o desafio do médico homeopata que se acha o sabichão. Ele me deu uma lista imensa de remédios, homeopáticos é claro, inclusive tenho que tomar 8 capsulas após almoço e 8 após o jantar. As 8 capsulas diluídas são mas densas que o meu almoço!

E, o mais gostoso, acupuntura 2 vezes por semana. Essas foram as  recomendações.

Já faz 2 semanas. Só de pensar em cerveja tenho vontade de vomitar, mas continuo fumando. Acho que esse negócio de homeopatia dá certo.

Mas o lance da acupuntura fica para o próximo post, porque este aqui já deu!

Bjks

domingo, 14 de agosto de 2011

How did you know? I like this song !!!


Quando a gente fica em frente ao mar

Estar num lugar e querer estar em outro. Este parece ser o lema da minha vida. Quando estava em Bauru, queria estar em São Paulo. Em São Paulo, queria conhecer um lugar diferente. Mudei para Maceió, mas queria voltar para São Paulo. De volta à capital, após 4 meses já estava em Campinas.

E aqui estou pensando. É claro, em mudar.

Há alternativas, posso ir para Santa Catarina, local praticamente desconhecido, de lá só conheço Comburiu, no carnaval, aos 17 anos (experiência que não deve ser considerada para definir o Estado, não é mesmo?). A promessa de vida é em Florianópolis, a cidade dos sonhos de muitos marmanjos paulistanos. Outra possibilidade é voltar ao Nordeste. Pense numa saudade que eu estou do Nordeste (praia). Não me corrijam porque é verdade: a vida lá anda devagar.

Ocorre que por mais que eu me mude, por mais que eu pense que no outro lugar eu ficarei mais feliz, a verdade é que minha busca é interna. Esse é o chavão que me serve como uma carapuça, da qual eu não consigo escapar.

Hoje, eu mudei de apartamento, e com isso me sinto feliz.


“Certeza é o chão de um imóvel
Prefiro as pernas que me movimentam

...
A gente movimenta o amor
A gente que enfrenta o mal
Quando a gente fica em frente ao mar
A gente se sente melhor”

sábado, 6 de agosto de 2011

O Retrato de Dorian Gray


Bom, hoje acordei com um misto quente feito na hora, porém, difícil de mastigar, pois meu dente do siso, que deu para nascer AGORA, está doendo à beça. Eu não sei em que parte da conversa, ou da falta de conversa, o café de manhã na cama se tornou uma briga com direito a acusações recíprocas acerca de acontecimentos de, no mínimo, um ano.

Enfim, passada a confusão, com meu marido em São Paulo em busca do pão nosso de cada dia, a cada dia mais difícil, fui procurar o que fazer.

Ressalto que hoje é sábado, e que eu tenho bastante o que fazer durante a semana, mas hoje, como já disse é sábado, não tinha nada para fazer.

Nesse ponto eu invejo, e muito, os vigorosos, os dispostos. Sabe aquelas pessoas que não conseguem se imaginar uma tarde largada no sofá assistindo televisão. Pois então, sou o oposto.

Mas eu hoje estava realmente cansada de tanta tv e fui procurar outra coisa que me inspirasse interesse, quem sabe ler um livro. Então passeei pelo apartamento a procura deles: os livros.

Dentre alguns livros espíritas, outros como “Código Da Vinci”, “Marley e Eu”, encontrei um título totalmente inusitado para a minha prateleira: “O Retrato de Dorian Gray”. Duplamente inusitado porque tinha visto o filme do livro numa banca que vende DVD pirata na Praça da Catedral.

Fiquei intrigada. Será uma coincidência? Será o destino querendo que eu saia da frente da televisão, deixe os seriados tolos (mas muuuuuito divertidos) de lado e me aventure numa leitura do tipo “cabeça”?

Aceitei o desafio do destino, me aconcheguei na sacada, abri o livro e comecei a ler. Estava divertidíssimo, mas o sol começou a bater forte e me deu muito calor. Li o prefácio, a introdução e tive que parar. Culpa das condições do tempo.

Mas para que meus leitores não fiquem decepcionados, EU LEREI este livro e postarei neste blog as impressões de uma inculta lendo Oscar Wilde. 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Apesar de ser o oposto, achei muito engraçado ...


Como ser intelectual na terra do Privilège

Por Eduardo Vanini e Carol Fellet

1 – Esqueça uma das maiores casas noturnas do Brasil. Por mais que esteja com vontade de dançar a noite inteira e ver gente bonita, lá é proibido. Se alguém cogitar ir a uma festa no Privilège, você deve mostrar repugnância e argumentar que lá é lugar de patrícias e maurícios, estudantes de instituições de ensino privadas, sem nada na cabeça.

2– Quando sentir necessidade de curtir uma balada, você deve se dirigir aos bares alternativos com pista de dança em seu interior. Geralmente, as festas são embaladas por DJ’s que utilizam recursos já mastigados pelos grandes centros. Dessa forma, você irá se divertir entre os “hypes” da cidade.

3– Os grandes eventos como Festa Country e Exposição são proibidos. Afinal, você é uma pessoa de opinião e detesta a cultura de massa. JF Folia é o maior pecado de todos. “Aquele bando de cariocas bombados pulando ao som de Cláudia Leitte representa o quadro de decadência da juventude brasileira”. Quanto às chopadas, são permitidas apenas as promovidas pelos estudantes dos cursos da área de Humanas. Mas não se esqueça! Quando tocar funk ou axé, por mais bêbado que esteja, você deve manifestar sua indignação.

4– O Independência Shopping ainda é permitido. Entretanto, você jamais pode ser visto sem uma sacola da Saraiva. Caso contrário, estará apresentando sinais de pobreza econômica e cultural.

5– Revistas como Piauí, Caros Amigos, Bravo e, se você estiver disposto, Cult devem ser lidas no Café Central. Lá é reduto das grandes mentes pensantes privilegianas.

6– Grifes como Osklen, Redley e Cantão devem ser evitadas. Os intelectuais da cidade são ligados ao melhor da moda “hypada”. Neste caso, as marcas mais indicadas são: A Mulher do Padre, Chico Rei e Colcci. As internacionais Adidas, Nike e Puma também são permitidas.

7– Internet banda larga é indispensável. Afinal, caso não conheça os últimos lançamentos das bandas alternativas internacionais surgidas diariamente, terá uma grande defasagem cultural.

8– Leia sempre as críticas de cinema e não se atreva a falar sobre um filme por conta própria. Os intelectuais privilegianos não pensam, reproduzem. A mesma fórmula se aplica para temas como filosofia, sociologia e política. Sempre leia textos (pode ser os discutidos durante a faculdade) com concentração suficiente ara decorá-los. Você só precisa reproduzi-los.

9– Você ama uma música e a escuta todos os dias. Virou tema de novela, esqueça.

10– Se for ao Theatro Central, use ao menos uma peça com estampa xadrez.

11 – Estágios são permitidos apenas aqueles ligados à cultura. Não ligue para outras oportunidades, elas não estão a sua altura.

12 – Não passou no vestibular para uma das melhores universidades do Brasil. Tente novamente. Afinal, nenhuma dessas instituições particulares como Unipac, Universo e Estácio prestam.

13 – A você que se traveste de intelectualzinho, algumas perguntinhas:
- Dá muito trabalho esse seu efeito plástico perfeito?
- Como você controla suas flatulências?
- Você tem a consciência de que tudo vira bosta?

http://verdadesdenossosmundos.blogspot.com/2008/07/como-ser-intelectual-na-terra-do.html

A notícia mais importante da semana -

"A atriz Ashley Olsen é flagrada sem maquiagem, fumando, na companhia de um amigo, do lado de fora do restaurante Ambroeus, durante um jantar no fim da tarde, em Nova York (12/7/11)"


http://celebridades.uol.com.br/album/20110711_album.jhtm#fotoNav=16
 
 
 
 

O poder do fast food

Hoje eu sucumbi e comi, comi meeeesmo um BigMac, batata frita e coca-cola. Amanha: só liquido.   


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Para Sempre Lilya - 2002

Pra Sempre Lilya

Por Márcia Calarezi
 
 
Sinopse: Filme de Lukas Moodysson, que conta a história de Lylia, uma jovem de 16 anos, que vive em um subúrbio da União Soviética. A mãe foge para os Estados Unidos, com a promessa de buscar a filha no futuro. Abandonada, Lilya passa por dificuldades. Começa a viver da prostituição, até que um namorado a convence a mudar para a Suécia com promessas de um futuro melhor.
Elenco: Oksana Akinshina, Artyom Bogucharsky, Lyubov Agapova
Diretor: Lukas Moodysson
Nome original: Lilya 4-Ever

Numa noite fria de julho, de volta ao sofá (e com a posse do controle remoto) depois de um dia difícil de trabalho/estudo/pilates, o que eu mais queria era assistir a algum besteirol americano. Não me pergunte como fui parar na TV Cultura. Foi assim que assisti ao surpreendente (?) “Para Sempre Lilya”. 

O filme conta a história da menina Lilya de 16 anos que, abandonada pela mãe (mais interessada em viver o sonho americano sozinha) se vê a própria sorte num subúrbio da União Soviética. Da vida miserável que restou, os poucos momentos de alegria, se é que podemos definir dessa forma, são os passados com o novo amigo de 11 anos Volodya. Como se a desgraça já não fosse suficiente, Lilya, iludida pelo novo namorado com a promessa de uma vida melhor na Suécia, ignora totalmente os alertas do amigo Volodya e cai na armadilha.

Surpreendente? A primeira vista não. A historia que o filme conta é uma das práticas mais antigas na sociedade: aliciamento e prostituição. O trafico internacional de mulheres.

O filme, que no começo segue pela crítica sutil, sentimentos fortes mas contidos, fenômeno típico dos habitantes da região gelada, de repente dá lugar a mais dura e pura realidade: a indiferença e oportunismo do ser humano, que somos obrigados a assistir nas cenas em que, repetidas vezes e por várias pessoas, Lilya, com 16 anos, é violentada.

Como disse, o conto é um velho conhecido nosso, o que nos perturba, na verdade e de verdade, nem é o aliciador, dele já esperávamos o pior. O que nos perturba mesmo, são as outras pessoas que passaram pela vida de Lilya, de quem esperávamos o melhor, ou até mesmo o normal. 

Até que ponto o ser humano é capaz de ir para atender aos seus mais gananciosos ou imundos desejos?

Talvez o filme mais forte que assisti depois de Dogville, no impasse final fui obrigada a concordar com com a protagonista: “Ninguém merece uma vida assim.”






http://tvcultura.cmais.com.br/mostra?d=2011/07/08